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Foto: https://www.google.com

NUNO FIGUEIREDO

( PORTUGAL )

Nuno de Figueiredo nasceu em Coimbra, onde reside e trabalha.

É licenciado pelo Instituto Superior Técnico.
Publicou em 1985 o seu primeiro livro de poemas, O Desencanto em Canto (edição de autor) e, em 2002, o seu último romance, Os Sinos de São Bartolomeu (Temas e Debates), tendo voltado à poesia em 2003 com A Única Estação (Quasi).
Pelo meio ficam cerca de três dezenas de outras obras de poesia, contos, romances, várias das quais distinguidas com prémios literários.
Escreve para jornais e revistas literárias e está representado em diversas antologias. 
A Ilha de Arcangel foi distinguido, em 2005, com o prémio Vasco Branco.

 

INIMIGO RUMOR – revista de poesia.  Número 15 – 2º SEMESTRE 2003. Editores: Carlito Azevedo,  Augusto Massi.   Rio de Janeiro, RJ:  Viveiros de Castro Editora, 2003.  264  p.   ISSN  415-9767.                                         Ex. bibl. de Antonio Miranda

 

CARTA A UM HOMEM DA PALAVRAS (S)

 1.

dirijo-me a ti pela amável flor da aurora
na catástrofe de pétalas e pássaros
poisados para além da morte. Escuto
claramente o riso das acácias o cântico do
choupo o choro da magnólia saudosa de
um outono recobrindo a terra, dirijo-me
ao sítio onde outrora entardecia
entre os teus lábios quando sum lume
improvável fabricava os poemas verso
a verso a verso. dirijo-me

na fundura da madrugada no sossego
do sono onde trombaste corpo e alma
onde o musgo de verde se abastece rente
ao rumor inconsútil da tua palavra
alada. dirijo-me a ti na sábia luz do rio
onde as asas são peixes navegando a tarde
rebrilhando no ar cheio do teu riso à
sombra mansa das rimas como folhas de
árvores. como raízes da saudade. com
o fervor de um vício muito antigo.

eu mal posso aguardar o regresso
à pátria amada. escrevo-te por isso.

     

2.

não, não te despeças ainda. há
um rio algures um grande rio
atravessando a terra da alegria que
te espera onde a vida e a seiva se
acumulam. onde os pássaros frutificam
rua a rua dia a dia. não te despeças


ainda.

faz do júbilo usura e da morte abrigo
e do escuro do dia a luz noturna. alegra-te
que as laranjas cintilam rente ao sono dos
pássaros e nas asas prolongam o mistério
sílaba a sílaba. o coração é esse infausto enigma
esse inferno infausto que transforma uma
chama num verso contra a carne ardida.

não, não te despeças ainda.
o coração não pode se pretexto.

                                              
Coimbra, 25 de Julho de 2003

                  
*

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Página publicada em dezembro de 2023


 

 

 
 
 
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